domingo, 4 de outubro de 2009

Caminhada...

Queria que esse meu brado infinito, o qual somente eu escuto, encontrasse alguma resposta
Queria que essas reminiscências de emoções fossem absorvidas pelo solo já muito revolvido da razão.
Mas alguns sentimentos são misteriosos. Vão muito além de toda medida de bom senso.
Enquanto na caminhada pela estrada da vida, algumas vezes, tenho a impressão de que alguns encontros não tiveram nenhum sentido. Outros, permanecem como incógnitas a espera de uma pequena fagulha que produza a luz do discernimento e restaure o calor dos corações... Mas será isso tudo realmente razoável???
Isso deve ser apenas mais um delírio um pobre andarilho que olhou para trás na estrada. Deve ser mais uma tentativa de tocar o intangível, de entender o ininteligível, de caminhar pelo mesmo caminho (o que nunca é possível...), de reviver a fantasia da quimera encantada, de ouvir os mesmos acordes afáveis e doces que encoam no infinito e até o mais longínquo infinito reverberando sem fim, na verdade, em uma mente delirante...
O que será que sobrevirá na próxima curva? Agora a caminhada vai na direção do revés, da insensatez que jurava a mais nobre e acertada razão. Agora vai e paga o preço da tua loucura, do desatino, da surdez... Agora abraça o teu quinhão de desilusão e de descaminho. Vai e reencontra-te com o teu fantasma, com o indesajado e vê se ainda sorve alguma medida de ilusão, vê se ainda encontra algum contentamento no desalento. Vai e vê o que você nunca desejou imaginar. Vai e vê se aprende no descaminho árido da teimosia. Crava mais um espinho na carne deveras dilacerada e vê se aprende a lição.
Olhar para trás agora é como olhar para frente. Agora não dá pra voltar.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Um dia frio, uma reflexão

O relógio marca 10 graus agora. Está frio. Acabei de voltar da rua. Sai para tomar sopa com minha irmã. E, de repente, começo a pensar na vida...
A vida passa muito rápido. Tenho pensado muito nisso. Estou quase chegando aos 30. Tenho feito diariamente um balanço do que eu sou e do que eu tenho feito por mim e pelos outros. Às vezes tenho a sensação de que não fiz nada muito relevante. Queria fazer mais, muito mais. Não quero, necessariamente, ganhar muito dinheiro. Não acho que isso seja um grande projeto de vida (ainda que isso, em si, não seja ruim). A vida não consiste somente em acumular bens. É muito, muito pouco.
Quantos dias ainda temos? Essa é uma questão que diversas vezes vem a minha mente. E acho até um pouco estranha essa preocupação em demasia, pois, como se diz, esse pensamento é típico de quem já tem uma idade mais avançada. Mas comigo parece ser diferente. Muitas vezes me sinto muito egoísta. Quero fazer mais pelos outros.
Tenho pedido a Deus sabedoria, bom senso, para que eu saiba usar bem meu tempo. A vida é uma dádiva. Mas muitas vezes não nos damos conta disso. Vivemos de um jeito estranho. Focados em nós mesmos e deixarmos escapar belos momentos com outras pessoas, com Deus e com a criação Dele.
Tenho tentado valorizar mais as "pequenas" coisas. Às vezes, me pego pensando quão bom é poder enxergar, ouvir, falar, sentir, tatear... Quão bom é poder ver o sol mostrar seus primeiros raios e depois se deitar no horizonte. Como é bom sentir a chuva descendo pelo rosto. Como é bom poder olhar e receber um belo sorriso. Como é bom receber e poder dar um abraço. Como é bom correr de manhã bem cedo ou no fim da tarde e sentir o vento bater no rosto. Como é bom pedalar nas estradas e sentir o prazer de avançar rumo ao desconhecido. Como é bom poder viajar e conhecer belos lugares e gente diferente. Como é bom amar se ser amado. Como é bom ouvir "Deus te abençoe", "tenha um bom dia". Como é bom oferecer um ombro pra um amigo(a). Como é bom ouvir "você é uma pessoa muita querida". Como é bom tomar um bom vinho. Como é maravilhoso ouvir e tocar uma boa música. Como é bom ouvir o canto dos pássaros. Como é bom sonhar, sempre acreditar. Como é bom o reencontro. Como é bom beijar e ficar extasiado de prazer. Como é bom dobrar os jelhos e falar com Deus e perceber que Ele está ali, ainda que não o vejamos.
Ultimamente tenho estado muito nostálgico. Tenho lembrado muito dos meus tempos de escola. De quando queria logo ser adulto. De quando tudo ainda era uma longa estrada a percorrer. Quando tudo parecia muito incerto. Quando era muito ingênuo. Quando eu vestia com orgulho meu uniforme do saudoso Pedro II. Aquele tempo foi muito bom! Tempo de muitas histórias. Olho para trás e vejo superação, vejo dor, vejo uma mãe que lutou e um pai que bem que podia ter sido pai. Vejo um avô que era um bom exemplo. Vejo uma avó que ainda está aí e que é uma pessoa que, de certa forma, chega a impressionar... Vejo minha mãe, aos 44, dando à luz minha irmã, em um parto normal, em um dia frio e chuvoso. Vejo-me chegando a idade adulta mais cedo pra mim. Eu tinha 11, mas pensava como alguém de 25 ou 30 talvez (e tinha que ser assim...). Lembro das expectativas. Expectativas de passar no concurso do Pedro II (5h e lá estava minha mãe na frente da banca de jornal - nem sei se o jornaleiro já tinha chegado...rs). Expectativa de jogar vôlei na equipe do Fluminese (que se cumpriu). Expectativa do primeiro beijo (que até hoje me lembro bem...). Expectativa do vestibular. Lembro do dia em que fui ver se meu nome estava na lista. Cheguei apreensivo. Olhei e meu nome estava lá. Foi incrível! Expectativa do primeiro emprego. Expectativa da vaga de estágio na Iniciação Científica. Expectativa da primeira aula (mesmo que ainda estivesse no terceiro período da faculdade). Expectativa da nota da monografia (e eis que recebo um belo 10!!). Expectativa de conseguir a única vaga para substituto no CAp UFRJ. Parecia impossível, mas a vaga ficou pra mim! Expectativa da EsAEx. Também parecia quase impossível. Mas tudo contribui pra que desse certo. Tudo! A sensação que tenho é que Deus desenhou cada instante de uma forma totalmente mágica. Cada detalhe com muito cuidado, com muito amor. Expectativas. Sempre foram muitas para quem a vida nunca foi fácil.
Quando olho para trás vejo que minha vida tomou um rumo radicalmente diferente desde 1998. Fui até a igreja para ver se conseguia uma namorada. E mal eu sabia que eu teria meu coração conquistado por um amor muito maior. Foi quando eu conheci a mensagem de Jesus Cristo. Inigualável! De lá pra cá, muita coisa mudou. Não me tornei perfeito, mas me tornei filho. Filho adotado pela graça de Deus. Desde então, em alguns momentos, fui legalista. Em outros, liberal até demais. Ainda assim, desde 1998 minha visão de mundo mudou sensivelmente. E atesto que, por tudo que eu já vivi, para melhor. Não fiquei fiquei rico. Não comprei uma casa no litoral. Não tenho (pelo menos ainda...rs) a esposa que eu tenho pedido a Deus. Entretanto, sinto que minha vida tem sentido. Sei para onde estou indo. Sei que a vida não é simplesmente uma sucessão, um somatório de fatos. Eu entendo (ou pelo menos para mim) que a vida é uma oportunidade de servir aos outros, de dar muitas alegrias a Deus e de experimentar a alegria que só Ele pode nos conceder.
Quando olho para trás vejo belos amigos e pessoas que simplesmente passaram pela minha vida. Bem que gostaria de escrever muito sobre essas pessoas. Seria muito agradável fazer a mente viajar no tempo e no espaço e redesenhar cada detalhe, cada sensação, cada cheiro, cada toque, cada momento. Pessoas que se foram e que nunca mais vi. Pessoas belas e outras nem tanto. Pessoas que tocaram meu coração. Outras que quase me destruíram. Pessoas muito bem humoradas. Outras nem tanto. Pessoas que confiaram em mim. Pessoas que cancelaram alguns dos meus projetos de vida. Pessoas que me surpreenderam. Pessoas que me ajudaram com uma palavra e também com dinheiro. Pessoas que me ensinaram. Pessoas que me amaram.
Se eu pudesse voltar no tempo, eu tentaria acertar algumas coisas. Tentaria, por exemplo, provocar mais sorrisos nos rostos de quem passou pela minha vida. Tentaria prestar mais atenção nos que me cercaram. Teria conversado mais com a minha mãe. Teria dado mais abraços e beijos. Teria ajudado mais pessoas a atravessar a rua. Teria reclamado bem menos. Teria passado mais tempo orando. Teria passado mais tempo dançando. Teria ficado mais tempo na beira da praia contemplando as ondas e as belas mulheres desfilando... Mas será que teria sido possível ter tido tempo para tudo isso (e muito mais)?
Quero acertar mais. Quero ser melhor. Sou grato a Deus por tudo e por todos que passaram na minha vida. Sou grato pela minha irmã que tem sido minha companhia nesses tempos. Sou grato a Deus pelo cuidado e bondade que Ele tem dispensado a mim. Talvez um dia eu escreva ainda muito mais sobre meu passado. Gosto das reminiscências. Gosto de lembrar. Mas gosto também de sonhar alto. Não sei quantos desses sonhos vou realizar. Só espero poder olhar para trás um dia e ter uma sensação de realização (ainda que não seja plena, mas que seja, que exista). Sensação de que abençoei muitas vidas, de que fui útil para muita gente. Sensação de que consertei meus erros nos corações alheios e que mágoas não ficaram. Sensação de que dei tantas gargalhadas quantas deveria ter dado, mas de que soube ser bastante sério e firme sempre que foi necessário. Sensação que não fui tão mal exemplo assim. Sensação de que pelo menos fui aprovado, nem que seja na média, raspando, mas passei.
Se isso tudo não for romântico demais, muito exagerado e utópico, que assim seja.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Deus! Até quando???

Nas duas últimas reflexões estivemos discutindo o problema da provação. Primeiramente, apresentamos o nosso ponto de vista quanto ao sentido da provação. Depois, nos reportamos às situações que Deus se vale para nos provar. Se você tiver interesse em quaisquer um desses textos, solicite-os. Nesta oportunidade, ofereceremos uma resposta à seguinte pergunta: até quando dura a provação?
Quando alguém está sendo provado, não demora muito a surgir esta pergunta: até quando? Quando parece que o parafuso não pode ser mais apertado, o Marceneiro parece encontrar mais uma volta na sua difícil tarefa de firmar o parafuso.
Partindo do princípio de que a provação está atrelada a um objetivo, acredito que podemos afirmar que a provação cessa quando o indivíduo alcançou a meta estabelecida por Deus. Assim, percebemos que murmurar não resolve coisa alguma. A provação permanece candente. Deus não se compraz com o nosso sofrimento. Mas parece que Ele está mais preocupado com o nosso progresso espiritual. É como uma tarefa escolar, que por vezes é difícil, dura, mas que precisa ser realizada de qualquer forma. Quando ela é concluída, vemos que ela não foi feita para nos destruir, antes nos mostrou que podemos chegar mais próximo do nosso melhor. Quando vencemos a provação entendemos melhor o caráter do Mestre.
E o que devemos fazer enquanto a provação está diante de nós? Para responder a essa pergunta proponho dois textos. O primeiro é o que menciona um pedido inusitado de Deus a Abraão. Deus pediu que Abraão oferecesse Isaque - seu filho - em sacrifício (Gn 22.2). Uma proposta inusitada e desanimadora para quem esperou tanto tempo por um filho (Gn 21.5). O segundo texto é o que está em Mateus 6.25-34. Nesse texto, Jesus adverte que a ansiedade deve ceder lugar a piedade, a uma vida que prioriza o reino de Deus. Os dois textos se complementam.
Enquanto a provação estava diante de Abraão ele não desanimou. Ele cumpriu a ordem dada por Deus. Ele caminhou até a terra de Moriá para oferecer Isaque. Quando você estiver sendo provado não pare de caminhar. Se a prova nos imobiliza, Deus continuará esperando uma resposta de nossa parte. O dilema e a inquietação permanecerão. E aqui podemos relacionar a atitude de Abraão às palavras de Cristo. Alguém pode indagar: mas minhas necessidades são justas! Jesus disse que até mesmo algumas questões completamente urgentes ( “que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?”- Mt 6.31), são típicas de pessoas que não conhecem a Deus. Você ter dito agora: isso é duro demais! Chega! Mas tenha calma! O Senhor Jesus nos incita a buscar o reino de Deus e sua justiça em primeiro lugar (Mt 6.33). As coisas secundárias, posteriormente, serão acrescentadas. Não pare. Caminhe na direção de Deus. Quando Abraão caminhou em direção à Moriá, caminhou em direção a Deus. Isso é buscar primeiro o reino de Deus; é desprender-se, é não ansiar nem mesmo por aquilo que para nós vale muito.
Talvez já seja muito claro o que Deus quer de você e de mim. Conhecemos o nosso Isaque. Quantos dias faltam para sua provação terminar? Para Abraão foram três longos dias até Moriá. Será que nossa jornada até “Moriá” ainda demorará muito? Isso nem eu, nem você sabemos. Mas nos dois textos encontramos uma lição preciosa: Deus provê livramento! Deus fornece as respostas. E aqui vai uma pista: Jesus disse que uma vida que busca primeiramente o que Deus espera dela, encontra a provisão necessária. E, de fato, isso aconteceu a Abraão. Instantes antes de imolar o próprio filho, Deus interveio de forma sobrenatural para que a vida de Isaque fosse preservada (Gn 22.11-13). Abraão tinha sido provado e aprovado.
Continue caminhando. Se está parado, caminhe. Não se fique prostrado. Deus nunca deixará você ultrapassar seu limite. Ele nunca nos prova além das nossas forças. Dê mais um passo montanha acima. Olhe para o alto e para a frente. Toda a provação tem um fim. Uma hora você chegará a Moriá. E quando chegar ao momento decisivo, não perca a fé (pois o momento mais duro da provação está muito próximo da vitória. Entregar os pontos nessa hora é tudo o que você não deve fazer...) . Aja como um herói da fé. Não hora certa, Deus proverá! Pois Deus tem seu tempo para todas as coisas.
A Deus toda honra e toda glória!
(Texto publicado em 2007 no editorial do NAE - Núcleo de Alunos Evangélicos da EsPCEx).

sábado, 1 de agosto de 2009

Oásis


Os dias de um soldado nunca são fáceis. Muito pelo contrário! Um guerreiro aprende muito cedo que a realidade da guerra é dura e que a perseverança é fundamental. Não menos importante é o senso de cumprimento do dever, de prosseguir na missão. Não obstante, os soldados vivem interlúdios de paz e de contentamento... São momentos para desfrutar da Graça de Deus.
Após longos dias no deserto, lutando contra os gigantes da solidão e da “aridez”, eis que surge um belíssimo oásis. Eu já tinha passado por aquelas bandas outrora, mas ainda não o tinha encontrado. Foi uma belíssima surpresa.
No início, duvidei que fosse verdade. Entretanto, estava muito perto de mim. Não podia ser uma ilusão de ótica. Avancei. Acreditei. E ali fiquei alguns dias.
Beber daquela água foi revigorante. Senti-me vivo novamente. Fazia tempo que não bebia daquela água. Dizem que água não tem sabor, mas aquela tinha e era intenso. Senti-me mais forte e confiante...
E o prazer se tornou mais intenso quando mergulhei naquelas águas caudalosas, quando nadei naqueles belos meandros cheios de vida e formosura. Mas percebi que as águas estavam inquietas. Parecia que a qualquer momento eu teria que sair e seguir meu caminho. E foi isso mesmo que aconteceu.
Subitamente a correnteza se tornou mais forte. Meio a contragosto, ainda querendo ficar e desfrutar daquele privilégio, tive que sair.
Antes, porém, abri minha mochila e saquei uma semente. Uma das missões que me foi delegada é levar vida. Eu sabia que poderia tornar aquele lugar ainda mais bonito, ainda que talvez eu nem mesmo venha a desfrutar de sua beleza outra vez... Plantei para que o lugar fiquei ainda mais viçoso, mais encantador.
Quando tive que sair, me entristeci. Lamentei ter que partir. Não esperava que aquele tempo seria tão curto. Mas não demorou muito até que me lembrasse que um soldado pode até ficar perplexo, mas não desanimado. Levantei. Arrumei a farda e ajustei os equipamentos.
Perguntei para mim mesmo: para aonde caminharei agora? O que fazer? Pensei então que seria muito oportuno voltar a base e só sair de lá depois de receber as ordens claras do Senhor dos Exércitos. Certamente, Ele me instruirá sobre um novo tempo, uma nova missão. Na verdade, Ele nunca para de nos instruir, contudo, muitas vezes, no calor do combate não conseguimos ouvir Sua voz.
Vou sentir saudade daquele belo oásis. Mas quem sabe, o meu Comandante me permita voltar lá. Quem sabe, um dia, aquela bela porção me seja concedida como território para gozar os meus dias...
Por enquanto, prossigo na missão, certo de que foi um tempo especial, uma dádiva. Estou certo de que aquele território está bem guardado pelas forças do nosso Exército.
Não sei qual será meu destino. Mas como soldado que sou, continuarei lutando. Não sei ainda onde. Pode ser que eu seja enviado para uma terra distante. Particularmente não gostaria. Mas pode ser que não. De qualquer forma, estarei pronto para voltar para esta terra, para aquele oásis, se assim me for concedido.
Até mais ou até breve!
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Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados” (2 Co 4.8).

sexta-feira, 31 de julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Você sabe quem foi Zaqueu?


Se você ainda não ouviu, provavelmente ouvirá nos próximos dias uma música evangélica que fala de uma pessoa chamada Zaqueu. É uma canção já bem conhecida em muitas igrejas e, surpreendentemente, a música tem alcançado uma divulgação que extrapola, em muito, o próprio meio religioso. Mas, afinal, quem foi Zaqueu e o que ele pode nos ensinar nos dias de hoje?
Bem, antes de fazer qualquer comentário, é interessante ler o texto bíblico que fala sobre essa pessoa:

"Jesus entrou em Jericó e estava atravessando a cidade. Morava ali um homem rico, chamado Zaqueu, que era chefe dos cobradores de impostos. Ele estava tentando ver quem era Jesus, mas não podia, por causa da multidão, pois Zaqueu era muito baixo. Então correu adiante da multidão e subiu numa figueira brava para ver Jesus, que devia passar por ali. Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse a Zaqueu:- Zaqueu, desça depressa, pois hoje, preciso ficar na sua casa. Zaqueu desceu depressa e O recebeu na sua casa com muita alegria. Todos os que viram isso começaram resmungar: - Este homem foi se hospedar na casa de um pecador! Zaqueu se levantou e disse ao Senhor: - Escute, Senhor, eu vou dar a metade dos meus bens aos pobres. E, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais. Então Jesus disse: - Hoje a salvação entrou nesta casa, pois este homem também é descendente de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar quem está perdido"
Lucas 19 v.1-10

Eu proponho agora uma pergunta para nossa reflexão:

O que Zaqueu precisou fazer para ter sua vida mudada por Cristo?

Primeiramente, Zaqueu teve interesse (ainda que não saibamos exatamente o que o motivou a querer conhecer a Cristo...). O texto bíblico diz que Zaqueu era um chefe de cobradores de impostos, era rico e procurava ver Jesus. É interessante observar que muitos que conheceram a mensagem de Cristo o fizeram por pura especulação. Quantos de nós fomos convidados para ir a um culto e dissemos: “tudo bem, eu acho que vou lá para ver o que Jesus pode fazer por mim, para ver se Ele resolve meus problemas...”. Não é (ou foi) assim? Se você não tiver interesse de “procurar ver” quem é o Jesus sobre o qual falam tanto para você (essa figura que tem tanta notoriedade e que já fez tantas coisas maravilhosas), terá perdido a oportunidade de conhecê-Lo.
Segundo, Zaqueu foi na direção de Jesus. Seu interesse em conhecer é fundamental, isso é somente o ponto de partida. O texto bíblico diz que Zaqueu correu adiante, subiu em uma árvore, porque por ali havia de passar Jesus. E por que ele correu e subiu em uma árvore? Zaqueu fez isso por ser baixinho e, assim sendo, a multidão não permitiria que ele nem mesmo avistasse a Jesus. Havia uma limitação natural e uma dificuldade exterior a ele. Ele precisava superar as duas. Nós também temos as nossas limitações. Quais são as suas? O que impede você de ver a Cristo? Quais são as “multidões” que estão a sua frente? Você saberá responder. Sejam quais forem, devemos superá-las. Muitas coisas podem nos impedir de ter um encontro com Cristo, com a graça de Deus: complexo de inferioridade, soberba, incredulidade, ganância etc. O fato é que é mais fácil ficar na “multidão” do que se esforçar para chegar até Cristo.
Mas Zaqueu não só correu na direção na direção de Cristo como também subiu em uma árvore. Ele saiu da multidão e se colocou diante de Cristo. A árvore foi o ponto em que Zaqueu se tornou evidente. Saia da multidão! Disponha-se a querer conhecê-Lo. Esse foi o terceiro passo de Zaqueu. Sair da multidão implica ficar exposto. É preciso ter coragem. O texto diz que pessoas da multidão se referiam a ele como um pecador. É possível que falem o mesmo de você, caso lhe vejam tomando a decisão de se aproximar de Cristo. Muitos dirão: mas ele/ela? Esse(a) aí não vale nada...! Mas todos têm direito de mudar, de querer ser diferente.
Interesse, direção certa e lugar certo. O texto diz que Cristo mandou Zaqueu descer depressa, pois Ele, o Rei dos reis, queria ficar na casa dele aquele dia. Ele pode entrar em sua vida também hoje! E se isso acontecer, você pode explodir de alegria tal como Zaqueu, pois você terá feito a melhor decisão de todos os tempos. Você entenderá o sentido de sua vida. O texto bíblico diz que Zaqueu fez uma grande mudança em sua vida. Ele decidiu desfazer-se de metade de suas posses e restituir o que tinha cobrado ilicitamente. Isso aconteceu porque Cristo muda nosso caráter. Ainda que nossa natureza seja pecaminosa, ou seja, ainda que nossa tendência seja a de “errar o alvo”, de desagradar a Deus por atos e palavras, quando Cristo entra em nossa vida, Ele mesmo nos impulsiona a sermos diferentes, a agirmos conforme Ele espera que o façamos. Zaqueu foi impulsionado a ser honesto e demonstrou desprendimento de bens materiais. E quanto a você? O que precisa mudar radicalmente em sua vida? Eu não sei. Só você e Deus sabem. E, de fato, só Ele tem o poder para promover essa mudança em você.
E, finalmente, a visita de Jesus à casa de Zaqueu trouxe também salvação. Jesus mesmo disse que Ele viera para “buscar e salvar quem está perdido”. Uma vida com sentido, que vale a pena, e salvação de uma vida sem Deus para sempre. É isso que Deus quer fazer na vida de todas as pessoas. Quem não se converte na direção de Deus, caminha a passos largos na direção errada, na direção oposta a Deus, para um lugar que os textos bíblicos chamam de inferno. Quem decide ignorar ao Senhor Jesus e viver segundo seus próprios interesses não só está fadado a viver uma vida destituída de sentido, de verdadeira coerência, como também não poderá estar com Deus na eternidade, porque simplesmente não fez essa opção enquanto teve a oportunidade. Deus não quer que ninguém se perca, mas que todos cheguem ao arrependimento (II Pedro 3.9). Devemos aceitar o chamado de Cristo para seguir os passos Dele.
Assim sendo, o que você acha de agir tal como Zaqueu? Se você quer agir assim, você pode entregar sua vida a Cristo através de uma simples oração. O texto abaixo segue como uma sugestão:
“Senhor Jesus, eu tenho consciência de que sou pecador e de que pelos meus próprios esforços não chegarei até Deus, não poderei ser uma pessoa segundo a sua vontade, nem herdarei a vida eterna. Hoje eu abro o meu coração para o Senhor. Entra na minha vida. Guia-me segundo a tua vontade em todos os dias de minha vida. Obrigado por ter morrido na cruz por mim e aceitar-me como eu sou. Amém.
Se essa oração expressa o desejo de seu coração, você pode fazê-la.
Agora, eu sugiro que você entre em contato com a pessoa que repassou esse texto para você e comunique a ela sua decisão. Certamente ela ficará muito feliz e dirá a você quais são os novos passos que você deverá dar para continuar na caminhada cristã. Que Deus abençoe sua vida!
Wagner Costa
Julho de 2009
Toda honra e toda glória ao Senhor Deus!

domingo, 24 de maio de 2009

Um belo poema...

Achei o poema abaixo no fantástico livro intitulado "O evangelho maltrapilho" de Brennan Manning. Para mim e para quem me conhece esse poema tem uma grande lição nas entrelinhas... Aí vai:

"Não, não cabe a você abrir os botões em flor.
Sacuda o botão, golpeie,
está além do seu alcance fazê-lo desabrochar.
Seu toque o estraga.
Você arranca as pétalas em pedaços
e as asperge ao chão,
Mas nenhuma cor surge e nenhum perfume.
Ah! não cabe a você abrir os botões em flor.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.
Ele apenas olha e a seiva da vida se movimenta nas suas veias.
Ao seu hálito a flor estende suas asas
e tremula ao vento.
As cores lampejam como um anseio do coração,
e o perfume delata um doce segredo.
Ele é que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente."
Poema de Tagore, poeta indiano.