A partir de hoje, pretendo, vez por outra, publicar no site textos que escrevi em situações diversas. Espero que essas leituras, de alguma forma, possam abençoar sua vida.
Texto escrito em 16 de outubro de 2007
A vida é cheia de desafios. Nos mais diversos desafios, muitas vezes o que faz a diferença entre o sucesso e o insucesso, a conquista ou a derrota, é a forma como olhamos para a situação.
Como temos encarado os desafios que aparecem a nossa frente? Em algumas situações o desafio é tão grande, que nos esquecemos do que Deus pode fazer por nós e da capacitação que Deus já nos tem concedido para que possamos seguir em frente. É o perigoso complexo de inferioridade que passamos a discutir.
O texto base para essa discussão está em Números 13. Segundo o texto, Moisés enviou 13 homens para espiar a terra de Canaã. Quando eles voltaram, o parecer sobre a terra foi bom. A terra era farta em alimentos. No entanto, sobre os habitantes da terra, eles disseram: “também vimos ali gigantes (...) e éramos aos nossos próprios olhos, como gafanhotos (...)” (Nm.13.33).
A recompensa seria boa, mas eles precisariam enfrentar aqueles inimigos. Aqui aparece outra importante lição: muitas das grandes conquistas não são obtidas facilmente. Mas voltemos a visão que eles tinham de si mesmos. O inimigo provavelmente ofereceria dificuldades. Mas a percepção dos espias foi além de uma mera constatação. Era um profundo sentimento de inferioridade. E por que esse sentimento não é desejável?
Mas do que simplesmente afirmar frases de otimismo - que tentam aumentar a auto-estima – é preciso considerar o que o Senhor tinha para aquele povo. Deus tinha prometido a terra para eles (Nm 13.2) . Ainda assim, o povo não levou em conta a palavra de Deus. Quer garantia maior que essa? Em nossas vidas, acontecem situações semelhantes. Percebemos claramente que Deus deseja que vençamos um determinado desafio, contudo, preferimos olhar para as nossas limitações. Quando Deus falou a Gideão que ele seria levantado para lutar contra os midianitas, ele também duvidou, alegando que estava muito aquém daquele desafio (Jz 6.15). A humildade é louvável. Mas devemos lembrar que Deus usa quem ele quer e da forma como lhe apraz. Aliás, Paulo mesmo afirmou que Deus escolheu as coisas loucas e fracas do mundo para confundir os sábios e fortes (I Co 1.27).
Longe de querer fazer apologia de uma teologia triunfalista ou dizer que você deve ser um “super-homem” da fé, gostaria que lembrássemos sempre que a vida cristã não é uma vida de temor. O cristão vive pela fé. Como diz Paulo, “o justo viverá pela fé” (Rm 1.17). A certeza de que Deus está conosco em todas as situações não nos autoriza a pensar que algum desafio possa nos parar. Ainda que estejamos fracos devemos nos lembrar que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza (II Co 12.9).
Deixo a conclusão por conta das belas palavras de Paulo: “(...) atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos (...)” (II Co 4. 8-9).
Espero que a sua resposta para a pergunta inicial seja: gigantes!
