quarta-feira, 25 de junho de 2008

Uma ótima idéia: piso de 950 reais para os professores da educação básica

Ser professor da rede pública no Brasil é, via de regra, uma tarefa um tanto quanto penosa. O professor encara de perto a violência, o desrespeito, as precárias condições de trabalho e, além de outros problemas, um péssimo salário.
Mas, em meio a tantos dissabores, surge uma ótima idéia, uma ótima proposta para a educação pública brasileira: o piso de 950 reais para os professores do ensino básico.
Acredito que 950 reais ainda é pouco, bem pouco. Muitos profissionais sem formação superior (ou sem formação alguma) ganham esse valor, talvez trabalhando até menos que 40h. E muitos não consideram ainda, que o trabalho do professor não se resume a ministrar aulas...
Todavia, o piso proposto representará um ganho substancial no poder de compra e, conseqüentemente, mais qualidade de vida para muitos professores, sobretudo para aqueles que trabalham longe dos grandes centros, onde o custo de vida é relativamente mais baixo.
Que essa proposta seja o primeiro passo de muitos outros em direção a uma efetiva valorização do professor e de tudo o que envolve a educação pública.

... viagem

Vamos começar a falar neste blog sobre ocasiões em que estivemos "numa ótima viagem"...


Entre as dicas para esta seção não poderia deixar de falar de uma viagem muito interessante e de custo relativamente baixo que fiz em 1998: pico da Agulhas Negras (Itatiaia, RJ).


Desde os 14 anos eu vivia enchendo a paciência da minha mãe pra que ela me desse uma grana e, logicamente, me deixasse subir o pico das Agulhas Negras. Eu via as fotos, lia relatos e tudo isso me animava bastante a fazer esse passeio.


Mas foi só aos 18 anos que consegui seguir rumo às Agulhas Negras. Fui eu um primo que também tem espírito aventureiro. Fomos com pouquíssima grana.


Pegamos um ônibus no Rio de Janeiro que tinha como destino o Sul de Minas. Desembarcamos no alto da Serra da Mantiqueira no fim de uma tarde gelada do mês de maio. Como não tínhamos carro teríamos que encarar uns 8 ou 10km (não lembro exatamente a distância) até a Pousada Alsene.


No entanto, pouco antes do sol deixar seus últimos raios no horizonte, eis que apareceu no breu da estrada um gol branco que nunca esquecerei. O frio já estava "judiando" de nós. Até porque nossos agasalhos (de quem está acostumado ao frio da cidade do Rio) não davam conta do recado. O fato é que conseguimos uma carona até a pousada.


Quando chegamos lá conseguimos ficar em um quarto coletivo da Alsene. Tomamos uma bebida quente e conhecemos um pessoal legal (entre estas pessoas, estava uma inglesa que já estava pra lá de Bagdá de tanto que bebia vodka...rs).


Sem dúvida, aquela noite foi a mais fria que já enfrentei. Fora da pousada a temperatura desceu aos 3 negativos! Dentro da pousada ficamos perto de congelar: 5 positivos...


Pela manhã, após um café reforçado partimos em direção ao ponto culminante do Rio de Janeiro. Seriam mais ou menos 5 horas de caminhada.


Detalhe: não tínhamos guia para nos levar até lá... Ao chegarmos na entrada do Parque Nacional de Itatiaia (em sua parte alta, como se diz), pagamos a taxa devida e seguimos em frente. Nossa idéia era encontrar algum grupo que estivesse a caminho do pico e pedir pra ir junto. E não deu outra. Encontramos um grupo de paulistas que estava indo pra lá e fomos juntos.


Realmente o lugar é fantástico. Nessa parte do parque a vegetação predominante é de campo de altitude. É uma bela vegetação arbustiva. Mas ela essa vegetação dá lugar aos paredões rochosos. Quanto mais subíamos, mais incrível era vista. O céu não podia estar mais azul. Logo no início da caminhada nos deparamos com uns belos lagos. Passamos também por alguns pequenos cursos d'água que onde paramos pra pegar recarregar o cantil.


A rota que usamos tem 3 pontos em que foi necessário usar corda. Nada demais. Éramos inexperientes e conseguimos subir. No entanto, é necessário prudência para não se machucar.


Na subida você vai ter que encarar umas subidas fortes em terrenos rochosos que exigem certo equilíbrio e um tênis que tenha travas. É bom que seja assim pra que você não escorregue como eu. Quase que eu que me machuquei feio.


Já chegando no final da subida, após o último lance de corda, encamos uma subida numa espécie de escada de pedras. Adrenalina pura! Ficava pensando: e se uma dessas pedras soltar? A melhor coisa era seguir em frente e seja o que Deus quiser...


Faltava pouco agora. Era preciso só alcançar a parte de cima de uma pedra que parecia um funil. Com um certo esforço conseguimos passar para a parte de cima da pedra. Chegando lá, nos preparamos para o "ataque" final ao cume (quem lê pensa até que a gente subiu o Everest...rs). Chegando nessa parte é preciso dar um pulo para uma parede rochosa onde começa o trecho final da subida. Pulamos e seguimos circundando o pico. Após poucos minutos de caminhada em uma parede estreita (com a adrenalina em altas concentrações no sangue) chegamos no topo.


Lá permanecemos por, aproximadamente, 40 minutos. Era 12 h, se não me engano. Fizemos um lanche, batemos algumas fotos e começamos a descida. A descida foi bem mais tranquila. O terreno agora era familiar.


Estávamos exaustos. E graça a Deus conseguimos uma carona até Itamonte (MG), onde ficamos até 4 da manhã (!) aguardando um ônibus para o Rio.


Se você quer curtir um passeio muito legal e barato, essa é uma ótima opção. Você não vai arrepender!



DICAS IMPORTANTES!


  • Se você também quer subir o pico, deve saber que a estrada que dá acesso ao pico é muito precária. São aproximadamente 10km numa estrada de terra muito pedregosa. É bom andar bem devagar (em alguns pontos você irá de primeira com o carro quase parando), a menos que você tenha um jipe ou algo parecido.


  • Compre o que você pretende comer antes de subir, pois, provavelmente você não encontrará muita coisa na pousada. Depois da pousada, você não encontrará qualquer local para comprar o quer que seja.


  • Para quem prefere acampar, a pousada Alsene disponibiliza sua área externa para camping.


  • Não se esqueça de levar dinheiro para pagar a taxa de entrada na parte alta do parque.


  • Leva agasalhos para noite (mesmo no verão faz bastante frio lá em cima) e roupas mais leves para a caminhada.


  • Chegue, pelo menos, antes da 10 da manhã na portaria da parte alta do parque. Se você chegar muito depois desse horário, provavelmente, você não conseguirá permissão para ir para as Agulhas Negras, uma vez que você deve estar de volta até às 17h.


  • E, por fim, é bastante aconselhável que você encontre um bom guia para levar você ou seu grupo até o pico. Não é sempre que se encontra um grupo de realmente conhece a trilha e que está disposto a oferecer uma "carona".