domingo, 4 de outubro de 2009

Caminhada...

Queria que esse meu brado infinito, o qual somente eu escuto, encontrasse alguma resposta
Queria que essas reminiscências de emoções fossem absorvidas pelo solo já muito revolvido da razão.
Mas alguns sentimentos são misteriosos. Vão muito além de toda medida de bom senso.
Enquanto na caminhada pela estrada da vida, algumas vezes, tenho a impressão de que alguns encontros não tiveram nenhum sentido. Outros, permanecem como incógnitas a espera de uma pequena fagulha que produza a luz do discernimento e restaure o calor dos corações... Mas será isso tudo realmente razoável???
Isso deve ser apenas mais um delírio um pobre andarilho que olhou para trás na estrada. Deve ser mais uma tentativa de tocar o intangível, de entender o ininteligível, de caminhar pelo mesmo caminho (o que nunca é possível...), de reviver a fantasia da quimera encantada, de ouvir os mesmos acordes afáveis e doces que encoam no infinito e até o mais longínquo infinito reverberando sem fim, na verdade, em uma mente delirante...
O que será que sobrevirá na próxima curva? Agora a caminhada vai na direção do revés, da insensatez que jurava a mais nobre e acertada razão. Agora vai e paga o preço da tua loucura, do desatino, da surdez... Agora abraça o teu quinhão de desilusão e de descaminho. Vai e reencontra-te com o teu fantasma, com o indesajado e vê se ainda sorve alguma medida de ilusão, vê se ainda encontra algum contentamento no desalento. Vai e vê o que você nunca desejou imaginar. Vai e vê se aprende no descaminho árido da teimosia. Crava mais um espinho na carne deveras dilacerada e vê se aprende a lição.
Olhar para trás agora é como olhar para frente. Agora não dá pra voltar.

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