sábado, 1 de agosto de 2009

Oásis


Os dias de um soldado nunca são fáceis. Muito pelo contrário! Um guerreiro aprende muito cedo que a realidade da guerra é dura e que a perseverança é fundamental. Não menos importante é o senso de cumprimento do dever, de prosseguir na missão. Não obstante, os soldados vivem interlúdios de paz e de contentamento... São momentos para desfrutar da Graça de Deus.
Após longos dias no deserto, lutando contra os gigantes da solidão e da “aridez”, eis que surge um belíssimo oásis. Eu já tinha passado por aquelas bandas outrora, mas ainda não o tinha encontrado. Foi uma belíssima surpresa.
No início, duvidei que fosse verdade. Entretanto, estava muito perto de mim. Não podia ser uma ilusão de ótica. Avancei. Acreditei. E ali fiquei alguns dias.
Beber daquela água foi revigorante. Senti-me vivo novamente. Fazia tempo que não bebia daquela água. Dizem que água não tem sabor, mas aquela tinha e era intenso. Senti-me mais forte e confiante...
E o prazer se tornou mais intenso quando mergulhei naquelas águas caudalosas, quando nadei naqueles belos meandros cheios de vida e formosura. Mas percebi que as águas estavam inquietas. Parecia que a qualquer momento eu teria que sair e seguir meu caminho. E foi isso mesmo que aconteceu.
Subitamente a correnteza se tornou mais forte. Meio a contragosto, ainda querendo ficar e desfrutar daquele privilégio, tive que sair.
Antes, porém, abri minha mochila e saquei uma semente. Uma das missões que me foi delegada é levar vida. Eu sabia que poderia tornar aquele lugar ainda mais bonito, ainda que talvez eu nem mesmo venha a desfrutar de sua beleza outra vez... Plantei para que o lugar fiquei ainda mais viçoso, mais encantador.
Quando tive que sair, me entristeci. Lamentei ter que partir. Não esperava que aquele tempo seria tão curto. Mas não demorou muito até que me lembrasse que um soldado pode até ficar perplexo, mas não desanimado. Levantei. Arrumei a farda e ajustei os equipamentos.
Perguntei para mim mesmo: para aonde caminharei agora? O que fazer? Pensei então que seria muito oportuno voltar a base e só sair de lá depois de receber as ordens claras do Senhor dos Exércitos. Certamente, Ele me instruirá sobre um novo tempo, uma nova missão. Na verdade, Ele nunca para de nos instruir, contudo, muitas vezes, no calor do combate não conseguimos ouvir Sua voz.
Vou sentir saudade daquele belo oásis. Mas quem sabe, o meu Comandante me permita voltar lá. Quem sabe, um dia, aquela bela porção me seja concedida como território para gozar os meus dias...
Por enquanto, prossigo na missão, certo de que foi um tempo especial, uma dádiva. Estou certo de que aquele território está bem guardado pelas forças do nosso Exército.
Não sei qual será meu destino. Mas como soldado que sou, continuarei lutando. Não sei ainda onde. Pode ser que eu seja enviado para uma terra distante. Particularmente não gostaria. Mas pode ser que não. De qualquer forma, estarei pronto para voltar para esta terra, para aquele oásis, se assim me for concedido.
Até mais ou até breve!
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Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados” (2 Co 4.8).

2 comentários:

Andrea Wanger disse...

Querido,
Que texto mais lindo! Não tenho palavras para expressar minha admiração por sua força e sensibilidade. Um abraço apertado, com meu respeito, admiração e ternura por você!
Em Cristo,
Andrea.

Wagner disse...

Obrigado Andrea! Você é muito gentil! Também nutro por vc muito respeito, admiração e carinho, e esses sentimentos têm crescido qt mais conheço vc.